A muito tempo que procuro uma pessoa pra falar de um assunto sério e polêmico: Cirurgia Bariátrica.
Uma cliente me indicou o Blog da minha xará Gisele Maurente.
Fiquei encantada com o jeito simples e direto que a Gi tratava o assunto.
E convidei esta adorável guria para enriquecer nosso cantinho.
E a partir de hoje ela terá um espaço no FormaFofa para tirar as dúvidas sobre o assunto.
Nada melhor que uma pessoa que passou por esta situação...e principalmente que aceita as diferenças e sabe o quanto é difícil tomar esta decisão.
Queridas fofoletes apresento a vocês Gisele Maurente!
Uma
decisão para Vida Toda!!
Quando
escrevo não tenho pretensão de ter vários leitores, pois as vezes, acreditem
nem gosto do que escrevo, mas semana passada fui convidada a escrever sobre
minha decisão de fazer a cirurgia bariátrica, a famosa “Redução de Estomago”,
ao mesmo tempo que fiquei super feliz em constatar que, as pessoas que lêem meu
blog, estão gostando do que escrevo lá, fiquei surpresa, pois não esperava este
convite, não sei se conseguirei registrar aqui exatamente o que quero passar as
pessoas.
Mas como tudo em
minha vida ...
Lá vou eu...
Sem medo!!!
Então
meninas, preparem-se, pois contarei tudinho a vocês.
Bom
para nos conhecermos melhor, vou apresentar-me:
Meu
nome é Gisele Maurente, tenho 31 anos, casada e mãe de um lindo meninão de 6
anos.
Há exatamente 5 meses, em uma bela terça-feira dia 13 de Março de 2012,
ás 10h me internava na Beneficência Portuguesa de Pelotas, para as 13h realizar
um dos meus grandes sonhos “A Cirurgia
Bariátrica”. A partir de agora se segurem, pois
Emoções estão por vir!!!
Lembro-me
de ser uma criança cheinha, pernudinha, barrigudinha, mas com o passar dos
anos, com a adolescência chegando, posso dizer que fui uma adolescente dentro
do peso, com uma altura mediana de 1,62cm, pesava entre 62, 63 Kg . Casei-me cedo com 22
anos, e ai sim já estava com alguns quilinhos a mais, estava com 71 kg . Com 24 anos tive meu
filho e no fim da gestação atingi o meu máximo, meus 91 kg . Desde então vivi
naquele efeito sanfona, emagrecia, engordava, mas sinceramente isso não me
incomodava em nada.
Mesmo
aproximadamente 30 kg
acima do meu peso, sempre fui tranquila quanto a minha estética, não me
importava com os olhares maldosos, com o preconceito, que geralmente sofria
dentro do ambiente familiar mesmo. Nada me tirava à alegria de viver. Sempre
cuidava do meu visual, usava roupas que se adequassem ao meu biotipo, uma
gordinha coerente. Sempre bem maquiada, e FELIZZ!!! As pessoas sempre diziam, o
quanto era bom me ter por perto, pois eu nunca estava de mau humor.
Os quilos
poderiam pesar na balança, mas nunca os senti realmente! Poucas vezes algum
comentário me deixou frustrada, mas sim, não nego que houve dias que a vontade
era de sumir, o vestido que não servia, os pés que reclamavam, os joelhos que
doíam. Mas posso afirmar que foram raras as vezes que me privei de viver. Meu
corpo não me impedia de nada, meu marido nunca reclamou de nada, sentia o amor
dele por mim, como sempre senti.
Possuía
algumas limitações naturais do sobre peso, sabemos que como em outros casos,
nossa sociedade não está preparada fisicamente e mentalmente para lidar com
qualquer tipo de limitações. Mas serei pontual em falar sobre o que vivi em
minha realidade.
Várias
vezes fiquei constrangida ao andar de ônibus, pois passava com muita
dificuldade na roleta, ao sentar-me o espaço entre os bancos faziam com que
meus joelhos ficassem esmagados no encosto do banco da frente. Sair para
jantar, dançar, ir ao teatro... As vezes requeria muita paciência e ginástica,
pois os acentos eram pequenos, ou frágeis, o que causava medo de qualquer acidente
e um novo constrangimento. Mas com meu bom humor, e minha autoestima sempre
alta, passava por isso sem maiores traumas.
Por
várias vezes frequentei academias, emagrecia, mas logo engordava. Esta era uma
das minhas maiores limitações “O Fôlego” fazia com que eu desistisse
rapidamente de exercitar-me, cansava rápido, doía às pernas, pressão subia. As
pessoas criam uma imagem sobre nós gordinhos que: Todo gordo, é gordo porque
quer, porque só pensa em comer, é preguiçoso, não faz exercícios... e assim por
diante!! Mal sabem que não é assim, nem todo gordinho vive comendo, nem todo
gordinho é sedentário...
Não avaliam o quanto é difícil perder peso, e também
nem avaliam se queremos perder peso, simplesmente estabelecem uma ditadura da
beleza, e pobre de quem não siga esta regra.
Não
entendo o porquê é tão difícil aceitar que SIM podemos ser gordos e felizes,
ouvi várias vezes, “A Gisele é tão bonita de rosto, pena que é gordinha”. Pena
por quê? Se eu me aceito e me amo como sou.
Não achem que minha decisão em
fazer a cirurgia veio simplesmente da vontade de emagrecer, de entrar na tal
ditadura criada pela sociedade, em que todos para serem felizes
obrigatoriamente têm que ser magros. Minha decisão começou a tomar forma em
meados de 2005, onde eu já estava 35kg acima do meu peso, em uma consulta
rotineira ao meu cardiologista, relatei que estava sempre cansada, onde foi que
meu Dr. Pediu vários exames, e neles veio a constatação que eu tinha um
problema no coração, investigando os porquês e como adquiri esta miocardiopatia
descobrimos que meu caso era raro e sério, mas fizeram questão de esclarecer
que não era causado pelo meu sobre peso, pois tinha-se levantado esta hipótese,
mesmo magra eu teria esta doença.
Mas também nunca me esconderam a necessidade
de emagrecer para que meu coração trabalhasse com menos esforço. Desde então se
traçou uma caminhada árdua de medicamentos, exames, emagrecimento ... Onde
comecei a pesquisar sobre a cirurgia bariátrica, a qual meu cardiologista
sempre dizia não me autorizar a fazer por tamanho risco que correria. Conforme
os anos foram passando, os medicamentos foram atuando, várias vezes fui
consultar com Cirurgiões digestivos, mesmo sabendo da negatividade do meu caso,
mas lá eu me informava, cada vez que ia me enchia de esperanças de um dia poder
realizar este sonho. Um sonho em função da minha qualidade de vida, poder
caminhar sem perder os sentidos, brincar com meu filho sem ter que estar
sentada, sair para dançar com meu marido e não deixá-lo dançando sozinho...
Estes foram os limites que me fizeram decidir por uma vida nova.
Aconselho
sim a todos a cirurgia, mas aconselho em casos como o meu, casos que busquem qualidade de vida, casos que o benefício não é meramente
estético. Pois eu, particularmente acredito sim que é possível ser gordinha,
saudável e Feliz!!!
Hoje
faço exercícios diariamente por duas horas, caminho, brinco com meu filho,
danço... Sem limitações... Não sei se optaria por esta cirurgia caso não
tivesse meu problema cardíaco.
É uma cirurgia de grande porte onde as mudanças
serão para vida toda!
Gostaria
de deixar aqui registrado, minha alegria em poder escrever a vocês, espero que
tenham gostado do que leram. Que venham mais e mais publicações por ai, para
que possa esclarecer dúvidas e darmos boas risadas juntas.
Antes
Depois
Meninas...
Nunca
esqueçam!!! Para ser Feliz basta querer ...
Obrigado pelo carinho Isac!!
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